Essa semana selecionamentos artigos relacionados ao tema igualdade de gênero e desenvolvimento devido a sua importância para a agenda da Enap e do Governo. Os artigos foram selecionados com a ajuda do Comitê de Gênero da Enap.
Os textos estão em bases de acesso livre.
Economia da igualdade e do desenvolvimento: políticas públicas de empoderamento político das mulheres no Brasil (2008-2016)
Joseph Estrela Rodrigues Torres; Andrea Traub; Viviani Cristine de Oliveira; Ivan Carlos Vicentin
Revista de Informação Legislativa, v. 54, n. 215, p. 163-178, jul./set. 2017.
Resumo: A pesquisa analisou os resultados das políticas públicas de combate à disparidade de gênero nas eleições municipais de 2008, 2012 e 2016. O trabalho caracteriza a economia da igualdade de gênero e desenvolvimento, e relaciona a representação política feminina, o desenvolvimento e as diretrizes das políticas públicas dos planos nacionais de políticas para as mulheres e as políticas sociais de combate à desigualdade de gênero na política. Analisa os dados numéricos da participação política ao longo do período e os resultados das eleições. Usou-se a estatística descritiva para a análise de dados. Os resultados evidenciam que as políticas de combate à desigualdade de gênero na política não reduziram as disparidades, sendo nulos os seus efeitos no período. Sugere-se que o foco das políticas seja redirecionado para as causas das disparidades, inclusive mediante a adoção de cotas femininas nas casas legislativas e medidas impositivas de financiamento para campanhas de mulheres.
Texto indicado na bibliografia do Curso Internacional “Estudos sobre Desenvolvimento: principais temas e debates”.
Las Desigualdades de Género en el Mercado de Trabajo: Entre la Continuidad y la Transformación*
Teresa Torns
Revista de Economía Crítica, nº14, segundo semestre 2012
Resumo traduzido: Por muito tempo a teoria feminista destacou a existência de desigualdades gênero nos mercados de trabalho. Desde então, as análises a esse respeito não deixou de salientar que a subordinação e a discriminação no trabalho são uma realidade para a grande maioria das mulheres ativas. Uma situação que persiste mesmo em um cenário de aumento da atividade feminina. Pelo contrário, parece que agravar as características estruturais existentes e algumas novas aparecem. O artigo analisa a presença das mulheres no mercado de trabalho, apontando as persistência da segregação vertical e horizontal e das desigualdades indiretas. Uma persistência que parece estar se endurecendo em um contexto de crise como o atual. É assim que algumas trajetórias de trabalho caracterizadas por um continuum parecem ser entre precariedade e informalidade e em que, além disso, a existência de uma crescente polarização no coletivo de mulheres empregadas. Neste sentido, embora persistam as desigualdades da classe social, o reforço da outros eixos da desigualdade: o eixo étnico – aumentando as desigualdades entre autóctone e imigrante – e o eixo da idade – perpetua-se o processo de transição para emprego estável. Todos esses processos ocorrem em um momento de crise no que as ações políticas realizadas estão reforçando as desigualdades descritas. Ao mesmo tempo, a fragilidade de algumas das medidas e normas é revelada em torno da igualdade de oportunidades aprovada há apenas alguns anos. Por ele Concluímos que as desigualdades de gênero, longe de desaparecerem, são transformadas.
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